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Avanços e Desafios da Telemedicina e Telessaúde em Oncologia no Brasil

Os membros do Conselho Estratégico do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) estiveram reunidos no dia 25 de maio de 2022 para debater os avanços e desafios da Telemedicina e Telessaúde em Oncologia no Brasil. 

A reunião contou com a participação do Prof. dr. Chao Lung Wen, Chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que desde 2016 participou ativamente da Resolução 2.134/2022, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em maio deste ano. A proposição passa a definir e regulamentar a telemedicina, como forma de serviços médicos mediados por tecnologias de comunicação e revoga a Resolução do CFM nº 1.643 de 2002. 

“Algumas pessoas acham que a telemedicina surgiu por causa da pandemia, o que não é verdade, pois teria apenas dois anos de existência e ela é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina há 20 anos” afirmou Wen, que também enfatizou a existência da Lei 17.718/21 sobre a telemedicina no município de São Paulo e a recente aprovação do Projeto de Lei nº 1998/2020 pela Câmara dos Deputados, para autorizar e disciplinar a prática da telessaúde em todo o território nacional. 

Tais avanços, não só elucidam a modernização da saúde, como fazem repensar as possibilidades de um cuidado oncológico mais integrado, principalmente em vista das estimativas de aumento dos casos de câncer e doenças crônicas para 2030. Wen estima que até 2026, não haverá distinção de distância no cuidado com o paciente. “Um convite para a área de oncologia é trabalhar a cadeia de cuidados humanizados e eficientes, indo desde a promoção, prevenção e rastreamento até o cuidado da última fase terminal. Essa cadeia pode ser bem feita por telemedicina.” 

Linha de cuidado oncológico

Fonte: Chao Lung Wen mai/22

No artigo 1 da resolução, o professor destaca que a telemedicina pode ser usada para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção da saúde. Inclusive, reforça que o alguns trabalhos sejam baseados nos dois pilares: Assistência e Educação para gerar o Aprendizado em Serviço Supervisionado, importante foco para as instituições acadêmicas. “Isso melhora a rede de saúde do país”, afirmou.

Os quatro Pilares da Telemedicina

Fonte: Chao Lung Wen mai/22

Entre os desafios na utilização das inovações em telemedicina, destaca-se a conscientização dos pacientes e a capacitação dos profissionais de saúde “Se nós queremos uma telemedicina responsável, o maior investimento que temos que fazer é educar, senão teremos uma telemedicina de improvisação e isso não é bom.” afirma wen.

De acordo com o CFM, a telemedicina pode ser exercida nas seguintes modalidades de teleatendimentos médicos: Teleconsulta – consulta não presencial entre médico e paciente);  Teleinterconsulta – troca de informações e opiniões entre médicos, com auxílio das tecnologias de Informação e comunicação; Telediagnóstico – ato médico com a transmissão de gráficos, imagens e dados para emissão de laudo; Telecirurgia – por meio de equipamento robótico e mediada por tecnologias interativas seguras; Teletriagem – avaliação dos sintomas do paciente, a distância; além do Telemonitoramento ou Televigilância e a Teleconsultoria.

Sob a perspectiva do paciente, o professor também defende a melhor instrução sobre o que é a telemedicina e termos de concordância de autorização bem esclarecidos, por meio de vídeos curtos e instrutivos sobre cada tópico do documento, para pactuar as responsabilidades de ambas as partes no exercício da prática. Também ressalta que cada área da saúde deveria desenvolver as suas diretrizes de boas práticas na telemedicina para trabalhar os cuidados em oncologia de forma integrada. “A resolução só serve para dizer que isso é ético, ela não tem capacidade de dizer como, onde ou quando.” conclui Dr. Chao Wen. Confira sua apresentação na íntegra  “Telemedicina de Cuidados Integrados”.

Telemedicina na oncologia

O CFM define que o médico tem autonomia para optar pelo atendimento presencial ou híbrido, desde que em benefício ao paciente e sob responsabilidade do ato médico.

Dra. Marina De Brot, Secretária-Geral da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), lembrou do documento elaborado pela Sociedade com recomendações em relação à TelePatologia, já regulamentada, e ressaltou os avanços neste campo dentro da especialidade. “Nós já usamos a consultoria por meio da patologia digital. Temos máquinas de escaneamento em que todas as lâminas são digitalizadas, com links de acesso ao material do paciente, para que o patologista consiga consultar outro especialista à distância. Uma revisão de caso que demoraria meses.” disse De Brot, que finalizou destacando a importância das ferramentas de inteligência artificial, já aplicadas à patologia, que aprimoram o diagnóstico e reduzem tempo e custo. 

Onco Tele Interconsulta – De médico para médico

Jessy Belfort, Coordenadora de Núcleos da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) apresentou o Onco Tele Interconsulta. Um programa gratuito para hospitais e secretarias de saúde que oferece apoio e troca de informações entre médicos, para casos de pacientes com pouca ou nenhuma resposta ao tratamento, fechar diagnóstico, casos complexos e doenças raras.  

Criada em 2020, a iniciativa já oferece serviços de Tele Interconsulta e de Consultoria Especializada a 35 parceiros pelo Brasil, incluindo duas Secretarias Estaduais de Saúde –  Sergipe e Pará. “A ideia  é tornar o conhecimento homogêneo e beneficiar o paciente, não importa se ele está em São Paulo, em Minas Gerais ou Amazônia o atendimento vai ser muito parecido.” acrescentou o Dr. Carlos Ruiz da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que também faz parte do time de profissionais experts do Onco Tele Interconsulta.

Saiba mais sobre o Onco Tele Interconsulta aqui. Se você é médico, atua na Onco-Hematologia ou Oncologia Clínica, e quer gerar impactos positivos na rede de educação em saúde e no desfecho dos pacientes, entre em contato com a Abrale. 

 

Confira também as últimas discussões do Conselho

 

Fonte: Comunicação Movimento TJCC

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