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Neste painel, médicos debateram sobre a Saúde no estado do Rio de Janeiro e como ela deveria estar, de acordo com a quantidade de novos diagnósticos e disponibilidade dos serviços. Foi ressaltado que, neste momento de pandemia, especialmente no Rio, é possível observar o verdadeiro cenário da Saúde, uma vez que o seu funcionamento foi exposto pela pandemia.

No Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), por exemplo, durante o mês de maio de 2021, diversos relatos foram feitos sobre denúncias graves relacionadas à higiene do hospital e, inclusive, houve ocorrência de mortes por conta de infecções hospitalares. Além disso, a separação das alas entre pacientes com suspeita de COVID-19 e o restante dos pacientes também não está acontecendo.

O moderador do painel, Dr. Luiz Augusto Maltoni, cirurgião oncológico e diretor executivo da Fundação do Câncer, abriu a conversa explicando que o debate focaria em discutir os gargalos da Saúde no RJ, especialmente nas dificuldades de se obter diagnóstico e tratamento adequados, no acesso a exames preventivos e nas questões legislativas sobre o atendimento num prazo pré-determinado.  

O Dr. Rodrigo Alves Torres Oliveira, médico sanitarista e secretário da Saúde da Prefeitura de Niterói, ressaltou que os sistemas de saúde devem estar organizados para lidar, normalmente, com três tipos de doenças: as traumáticas, as crônicas e as epidemias emergentes e reemergentes. Porém, no Brasil, a área da Saúde encontra duas principais barreiras para se organizar: questões sociais e funcionamento do SUS.

“A situação do RJ é preocupante nos quatro elementos centrais da atenção primária: diagnóstico precoce, quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Há dificuldade de: oferta insuficiente de procedimentos de média complexidade, que possibilitam o diagnóstico precoce do câncer; não acesso a exames de histopatológica, para definição de diagnóstico e estadiamento; falta de centros de Oncologia no estado do RJ e oferta insuficiente de cirurgia (na região metropolitana 2, é uma dimensão dramática, há uma menor oferta que a necessidade). A quimioterapia talvez seja a exceção e radioterapia é um cenário um pouco melhor em comparação com os últimos dez meses, mas há uma baixa oferta de radioterapia, o que desordena o tratamento”, ele apontou.

A Dra. Sandra Gioia, coordenadora do Programa de Navegação de Pacientes com Câncer de Mama da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, apresentou o Programa de Navegação dos Pacientes em Oncologia, que visa ajudar as pessoas a transitarem dentro do complexo e fragmentado sistema de saúde, eliminando as barreiras.

“Com o programa, a taxa de cumprimento da Lei dos 60 dias foi de 85% em 2020 e, para as pacientes com câncer de mama, a navegação, no Rio de Janeiro, mostrou que intervenções simples e direcionadas para atuar nas barreiras enfrentadas podem melhorar os tempos para início do tratamento,” disse.

Dr. Gélcio Luiz Quintella Mendes, coordenador de Assistência e substituto eventual da Diretora do Instituto Nacional de Câncer (INCA), apresentou alguns dados sobre a expectativa de novos diagnósticos entre 2020 e 2022, mortalidade e quantidade de serviços que são oferecidos atualmente. Isso foi feito para identificar se os serviços são suficientes quando comparados com a real necessidade.

Como conclusão, o Dr. Mendes informou que há:

  • Déficit de UNACONs/CACONs (necessidade é de 37 unidades e há apenas 29)
  • Déficit de radioterapia
  • Baixa produtividade da cirurgia oncológica
  • Escassez de exames endoscópicos
  • Baixa cobertura do rastreio
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