Skip to content

Grupos de Trabalho compartilham sobre as prioridades do TJCC em 2023

Por Thais Mendes Souza

Nesta quinta-feira, dia 8 de dezembro, aconteceu a Reunião Geral dos Grupos de Trabalho do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) com a facilitação do Consultor Organizacional, Ricardo Pacheco, que incitou a reflexão dos membros sobre a importância da cocriação para fortalecimento da coalização e o Advocacy.

A reunião expandiu as discussões provindas do Encontro dos Membros do TJCC, realizado para os que participaram de forma presencial no 9º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, em setembro. O encontro, facilitado por Pacheco, levantou importantes contribuições dos representantes dos GTs, ao propor que descrevessem “o que falta para a melhoria da atenção ao câncer no país?” e o “o que podemos fazer para mudar esta realidade?”. 

Desta vez, o pensamento coletivo foi conduzido a partir das oito diretrizes da Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil. O documento norteador das ações do TJCC, no qual os membros indicaram “quais diretrizes estamos correspondendo melhor, enquanto TJCC?” e “quais precisamos atuar com urgência?” e criticidade aos desafios que nos espera em 2023. 

Apresentação Ricardo Pacheco, Diretrizes do Movimento TJCC. Reunião Geral de GTs de 2022

Fábio Fedozzi, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e membro do GT de Dados Públicos e Privados, ressaltou que ao mesmo tempo que há avanços no campo da Comunicação em Saúde, especificamente ao conhecimento do câncer, é preciso trabalhar a prevenção e as políticas públicas contra os fatores de risco da doença.

Quando eu vou na feira não tem uma plaquinha no tomate indicando qual agrotóxico foi usado ou não. Já no supermercado, tem várias guloseimas usando personagens infantis, dizendo ser vitaminado, mas é um bomba de açúcar para as crianças. A ACT Promoção da Saúde vem fazendo um trabalho importante para desvincular produtos que não são saudáveis e que utilizam personagens infantis nas propagandas”, comentou Fedozzi

Helena Esteves, Coordenadora de Advocacy do Oncoguia e membro do GT de Políticas Públicas reforçou que as organizações do TJCC tem conseguido comunicar com a comunidade oncológica sobre saúde e hábitos de vida saudáveis e, de fato, a prevenção é um ponto que precisa de mais atenção para contermos o avanço do câncer nos próximos anos. Uma perspectiva também compartilhada por Camila Vasconcelos, Coordenadora do Apoio ao Paciente da Abrale e Melissa Pereira, Gerente de Apoio ao Paciente da Abrale e membro do GT de Acesso e Tratamento.

Mesmo pensando que ainda temos muito que avançar se fizermos uma enquete com pessoas nas ruas muitos ainda não sabem os tipos de câncer e como prevenir. Então temos que avançar muito ainda na comunicação e prevenção”, pontuou Melissa.

Tania Tonezzer, fundadora do Onco Movimento e membro do GT de Cuidados Paliativos, ressaltou que também é necessário discutir a questão ambiental. “O grande vilão é que nós estamos envenenando o nosso planeta, sobretudo a água, nos rios e a qualidade do que consumimos”.

Nesse aspecto, Bianca Manzoli complementa que a conscientização voltada ao consumo de alimentos orgânicos não é suficiente, seja porque uma pequena parcela da população consegue comprar esses alimentos, seja pelo solo já estar contaminado pelo impacto da agricultura e resíduos industriais. “A contaminação é generalizada”, frisou a nutricionista, membro do Comitê de Nutrição da Abrale e do GT de Prevenção Primária. 

Também do GT de Prevenção, a Coordenadora de Inovação e Estratégia da ACT Promoção da Saúde, Marília Sobral, pontuou que os produtos nocivos para saúde também são para o meio ambiente e que é preciso um enfrentamento maior com relação à cadeia produtiva que não facilita ambientes saudáveis. 

Anete Ortiz, Gerente da Executiva da Execution Health e membro do GT de Comunicação em Saúde, compartilhou o anseio pela renovação das discussões na oncologia nos próximos anos. Para ela, a Educação em Saúde destaca-se como uma das diretrizes fortalecidas e citou o protagonismo do projeto Onco Ensino para democratizar a informação sobre o câncer aos profissionais de saúde e a Promoção da Saúde como algo a ser melhor trabalhado.

Para Rosana Morales, Diretora Executiva da Arte Despertar e membro do GT de Humanização, o TJCC tem um preocupação com o Monitoramento e Avaliação desde o seu princípio e, assim como a diretriz de Cuidado Integral, devem ser pontos de atenção nas atuações.

Rodrigo Castilho, Diretor da Academia Nacional de Cuidados Paliativos e membro do GT de Cuidados Paliativos, comentou sobre a relação que todas as diretrizes do movimento tem com o tema e falta de políticas públicas para cuidados paliativos, ainda que evidências científicas mostram os benefícios para os pacientes e a sustentabilidade aos recursos públicos em saúde. 

Talita Garrido, Analista de Políticas Públicas da Abrale e membro do GT de Controle de Agrotóxicos, destacou a importância do movimento incitar um debate mais regionalizado sobre a oncologia e a assistência à saúde, assim como feito nos Fórum regionais. Uma vez que a política nacional de controle e prevenção do câncer se expressa na prática de maneiras extremamente desiguais. Também reforçou a necessidade de um Grupo de Trabalho de Educação em Saúde e um comitê para pacientes oncológicos dentro do movimento.  

Próximos Passos

Luana Ferreira, Coordenadora de Advocacy e Políticas Públicas da Abrale e membro do GT de Políticas Públicas, finalizou ressaltando o importante papel que os GTs terão para a revisão de cada capítulo da Declaração do TJCC para o próximo ano. O documento é atualizado a cada dois anos e teve a última versão em 2021. Além disso, será construída uma agenda coletiva com os GTs, que considere a nova conjuntura política, para incidirmos nas pautas relacionadas ao câncer.

 

Fonte: Movimento TJCC

 

Back To Top