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Oncogenética: a identificação de genes de predisposição e a prevenção do câncer

Organização: Hospital Santa Cantarina

O sequenciamento genético é hoje um grande aliado no tratamento dos pacientes com câncer. Além de permitir a definição do melhor tratamento, adequado às necessidades e características individuais de cada paciente, possibilita também, muitas vezes, intervenções preventivas tanto para o paciente, como para os membros da sua família. Por meio da identificação prévia dos genes de predisposição às neoplasias, é possível adotar estratégias de redução de risco que podem ser determinantes à prevenção do câncer e ao bem-estar.

Dr. Antonio Cavaleiro, coordenador médico da Oncologia do Hospital Santa Catarina – Paulista, explicou que genes causam câncer. Ou seja, de acordo com ele, a doença sempre tem ligação com alterações genéticas que acontecem nas células. 

“Para que o nosso corpo funcione corretamente, precisamos que as células estejam em transformação e sendo divididas. Nós, inclusive, viemos de uma única célula. Mas é possível que aconteçam erros nesse momento de divisão e aí, com a proliferação anormal, surge uma neoplasia”, comentou. 

Daiana Garbin, jornalista que recentemente lançou a campanha De Olho Nos Olhinhos, ao lado do marido Tiago Leifert, moderou a mesa e compartilhou a experiência do câncer que descobriram na Lua, filha do casal. 

“A Lua foi diagnosticada com retinoblastoma, fizemos teste genético e apareceu o RB1. Quando veio a notícia meu deu um medo. Mas depois pensei o quanto é importante ter a informação, porque esta é uma das medidas que temos para a prevenção e para diagnosticar precocemente. A médica indicou que eu também deveria fazer o teste e inicialmente eu não queria. Tinha receio do que poderia descobrir. Mas hoje mudei de ideia”, ela disse. 

Dr. Gregório Pinheiro Soares, oncologista clínico no Hospital Santa Catarina, comentou que uma pessoa pode ter mutação genética e não desenvolver câncer.

“A depender do gene que está alterado, o risco de desenvolver a doença também varia. E a depender do gene, as recomendações de tratamento serão diferentes. É possível que a cirurgia das mamas, por exemplo, seja indicada para a prevenção do câncer. Assim como a retirada dos ovários, útero”. 

Mas a ideia não é assustar a população. Até porque nem todas as pessoas precisam fazer o teste genético. 

“Nem todo mundo precisa fazer um teste genético. Apenas 10% dos cânceres têm origem genética, então quando a pessoa apresenta um câncer muito jovem, ou tem muitos casos na família, uma luz se acende. Nos cânceres de mama, por exemplo, 30% têm uma relação com hereditariedade/família. Já o câncer de ovário tem 30% de origem hereditária. Sendo assim, toda paciente com carcinoma de ovário deve fazer a testagem. O teste genético não dói e usamos uma amostra de sangue ou de saliva para a análise. No SUS ainda não é oferecido. Nos planos de saúde sim, mas só para quem tem indicação. Ainda não é para todos”, explicou Dra. Samantha Cabral, oncologista especializada em tumores ginecológicos, mama e gastrointestinais. 

Os testes genéticos evoluíram muito nos últimos 10 anos e levar informação correta, de esperança, é o caminho. 

“Agradeço à Daiana, que levou sua história para muitos brasileiros, e nós, que não somos pessoas públicas, também podemos fazer a diferença. Não ter medo do assunto salva vidas”, finalizou Dr. Aumilto Silva, médico oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. 

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