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Imagem Do Mapa Do Brasil Com Destaque Aos Estados Que Estão Com Falta Do Medicamento. 11 Mil Pessoas Dependem Do Medicamento

Principal remédio para tratar leucemia mieloide crônica está em falta na rede pública

Pacientes com leucemia mieloide crônica não estão encontrando na rede pública o principal medicamento contra a doença. Alguns pacientes já estão há três meses sem o remédio, que é de uso contínuo.

O empresário Alexandre Chemello tem leucemia mieloide crônica, um tipo de câncer que não se trata com quimioterapia e, sim, com um medicamento específico: um inibidor de proteína que impede a multiplicação das células doentes. Com o remédio, Alexandre – que luta contra a doença há 14 anos – consegue ter uma vida normal.

Esse remédio foi uma revolução. Ele foi o primeiro inibidor de proteína com grandes resultados para trazer a vida normal para as pessoas que morriam em dois anos. Se eu não falo que eu tenho a doença, as pessoas não sabem que eu tenho”, diz Alexandre.

O problema é que o inibidor mais usado para combater essa doença, o mesilato de imatinibe, custa mais de R$ 1 mil e está em falta ou quase acabando na rede pública. Pelo menos 11 estados e o Distrito Federal estão sofrendo com os atrasos do Ministério da Saúde na entrega do remédio. Hoje, em todo o Brasil, mais de 11 mil pessoas dependem desse medicamento para ter qualidade de vida.

O Ministério da Saúde – que é o responsável por comprar e distribuir o medicamento para os estados – afirmou que as entregas estão sendo feitas aos poucos por causa de problemas na capacidade de produção do fornecedor, e que está se esforçando para normalizar a distribuição.

Mas a empresa contratada tem outra explicação: disse que o Ministério da Saúde atrasou a licitação várias vezes e só anunciou o nome do vencedor em dezembro de 2021.

Um especialista em logística na área de saúde avalia que o Ministério da Saúde deveria ter planejado a compra com mais antecedência para não faltar o remédio agora.

Tem toda uma cadeia logística e é responsabilidade do Ministério da Saúde fazer a coordenação: da compra até a chegada no paciente. E, lamentavelmente, não é isso que a gente está vendo acontecer. Mais uma vez, uma postura passiva do Ministério da Saúde deixando, alegando diversas razões para não cumprir o seu papel”, afirma o médico sanitarista Adriano Massuda.

A dona de casa Liliane Francisca Silva não consegue o remédio na rede pública desde outubro de 2021. Às vezes, arruma uma doação que dura alguns dias, mas às vezes não, e fica sem o medicamento.

Vem a angústia novamente da medicação acabar e eu vou ficar sem de novo? Como que vai ser se as doações estão acabando, está entendendo? Eu sou filha, sou mãe, e para eu poder continuar perto das pessoas que eu amo, eu preciso do meu tratamento para isso. A gente não está pedindo nada demais, a gente só quer o que é nosso por direito”, afirma Liliane.

 

Fonte: G1.Globo

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