Após intensos debates e análises criteriosas, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária…
Os rumos da saúde para 2023
Nísia Trindade será a nova ministra da Saúde e Grupo Técnico da Saúde recomenda a criação de um departamento para o enfrentamento do câncer
Faltando poucos dias para o fim do ano, muitas movimentações e deliberações relacionadas à saúde e ao novo governo eleito voltam os enfoques a Brasília. Na última quinta-feira (16/12/2022), Lula anunciou que Nísia Trindade, atual presidente da Fiocruz, estará à frente do Ministério da Saúde, a expectativa agora se centra na definição dos nomes que integrarão a equipe. Outro tema relevante foi a aprovação da PEC de Transição (21/12/22), com 63 votos a favor e 11 contrários nos dois turnos de votação. Após a deliberação, a PEC que ajudará na recomposição do orçamento para a saúde em 2023 foi promulgada em sessão do Congresso Nacional, transformando-se na Emenda Constitucional 126.
Frente aos últimos quatro anos, os impactos da COVID-19 e as negligências relacionadas ao SUS consolidam um cenário desafiador para a nova gestão, que precisará firmar um compromisso de reestruturar a rede de assistência, partindo da atenção primária, que demanda prioridade, e voltando os esforços a mitigar a demanda reprimida pela pandemia de diagnósticos, exames de rastreio, cirurgias e outros serviços.
Nísia Trindade, a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde
Nísia Trindade, presidenta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 2017, será a ministra da Saúde do governo Lula. Ela, que teve uma atuação fundamental durante o combate à pandemia de Covid-19 – em que esteve à frente da Fiocruz-, é Doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz, unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde (1998 e 2005). Além de vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz.
Nísia foi a primeira mulher eleita presidente na história da Fiocruz e será a primeira mulher a coordenar o Ministério da Saúde. Certamente um nome de renomada estima e técnica. Agora, após anunciado o nome que comandará o ministério, voltam-se às expectativas aos nomes que integrarão a equipe, bem como a estruturação do Plano Nacional de Saúde, que definirá as prioridades para a gestão.
Conselho Nacional de Saúde: câncer elencado como uma prioridade
Durante o primeiro dia da 337ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, realizada na Fiocruz Brasília, no dia 14 de dezembro, o ex-ministro da saúde Dr. Arthur Chioro, da Coordenação do Grupo Técnico de Saúde do gabinete de Transição Governamental, apresentou um diagnóstico e as principais recomendações para a próxima gestão do Ministério da Saúde. Reconheceu que durante a pandemia a atenção oncológica foi diretamente impactada pelo represamento dos exames de rastreio, diagnósticos e cirurgias, e mencionou que uma das prioridades deverá ser o fortalecimento das redes de atenção especializada. De acordo com Chioro, o grupo técnico propôs a criação do departamento de enfrentamento ao câncer, bem como um para doenças raras.
Na reunião, os representantes das associações que integram o Movimento TJCC e o Conselho Nacional de Saúde pelo segmento dos usuários entregaram a Declaração para a Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil ao Arthur Chioro. Talita Garrido ressaltou a necessidade de esforços interministeriais, enfoque na atenção primária, nos exames de rastreio e diagnóstico, bem como nos cuidados paliativos tendo em vista o aumento dos casos em estadiamentos mais avançados da patologia.
Assista a 337ª Reunião Ordinária do CNS nos seguintes links:
Dia 14 de dezembro https://www.youtube.com/watch?v=SzAmKaSMIZE
Dia 15 de dezembro https://www.youtube.com/watch?v=YygOrgDQ4fk
O Movimento TJCC acompanhará a composição do Ministério da Saúde e incidirá para que o câncer seja trabalhado de forma prioritária! Prosseguiremos no acompanhamento e ações de monitoramento e articulação para a garantia da melhoria da atenção oncológica no Brasil.
Fonte: Advocacy e Políticas Públicas TJCC