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Medicina de precisão abre possibilidades para enfrentar o câncer

Tecnologias de sequenciamento genético disponíveis no Centro de Medicina Personalizada Genomika Einstein ampliam as perspectivas a respeito de prevenção, diagnóstico e personalização

A decodificação completa do genoma humano, há quase 20 anos, deu início a uma nova e revolucionária era na medicina. Nenhuma pessoa é igual a outra. Nenhum tumor é igual a outro. Essa é a premissa da chamada oncologia de precisão. “A popularização das tecnologias de sequenciamento tem facilitado a descoberta de alterações genéticas críticas para o entendimento do câncer em uma velocidade jamais vista”, afirma o médico Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Neste sentido, a oncologia está entre os carros-chefes da medicina personalizada. Afinal, o câncer é uma doença que tem origem nos genes, podendo ser desencadeada por componentes hereditários e exposição a fatores que causam dano ao DNA, como radiação e tabagismo. Portanto,

“analisar as sequências de DNA dos nossos pacientes e de indivíduos saudáveis abre caminho para identificar precocemente o risco de desenvolver câncer e assim antecipar medidas de prevenção e monitoramento”, afirma o oncologista Alessandro Leal, responsável pela área de medicina de precisão do Hospital Israelita Albert Einstein. “O sequenciamento genético é uma técnica de leitura do DNA, possibilitando a análise do genoma humano. Dados oriundos dessa investigação formam um arcabouço capaz de influenciar a prática médica”, avalia Thomas Almeida, executivo de Planejamento e Desenvolvimento de Serviços do Einstein.

         “O sequenciamento genético é uma técnica de leitura do DNA, possibilitando a análise do genoma humano”  

Thomas Almeida, executivo de Planejamento e Desenvolvimento de Serviços do Einstein

Para pessoas diagnosticadas com câncer, as análises permitem que os tratamentos sejam orientados a partir de exames genéticos realizados também no tumor. A crescente onda de mapeamento tem propiciado desvendar e classificar as alterações mais frequentes nas células malignas,

achados que possibilitam antever, por exemplo, o grau de agressividade da doença e a quetipo de medicamento ele é mais sensível ou mais resistente. “Os resultados têm aplicabilidade direta, influenciando do diagnósticoao planejamento terapêutico”, observa o oncologista Oren Smaletz.

“Os diferentes subtipos de câncer de mama devem ser abordados de maneira individualizada, sendo para algumas pacientes recomendado iniciar o tratamento pela cirurgia; para outras, pelo tratamento sistêmico. Para proporcionar o tratamento mais adequado a cada

paciente, trabalhamos com equipe e abordagem multidisciplinares. Além disso, para alguns subtipos, podemos lançar mão de assinaturas gênicas, que nos ajudam a personalizar ainda mais o tratamento”, afirma o oncologista clínico Rafael Kaliks.

Novas alternativas contra a doença

“O amplo conhecimento do genoma do câncer que conseguimos ao longo da última década tem nos permitido desenhar estudos clínicos inteligentes, nos quais novas medicações são testadas com maiores chances de sucesso”, diz o oncologista Fernando Maluf. “Todo esse acompanhamento e gerenciamento dos dados faz sentido quando tentamos acelerar o processo de desenvolvimento de novos fármacos”, complementa. A capacidade de identificar o perfil de mutações por meio do sequenciamento dos tumores está por trás do conceito de terapia-alvo. Um dos avanços no cenário atual da oncologia, a terapia-alvo mira determinadas proteínas que estimulam o crescimento desordenado de células. “No câncer de mama, quando ele se origina em razão de um excesso de proteína HER2, as terapias antiHER2 bloqueiam a ação desses alvos moleculares responsáveis pela doença”, explica o oncologista Antônio Buzaid.

 

Fonte: Estadão / Hospital Israelita Albert Einstein, Media Lab Estadão

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