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DCNTs e impactos da pandemia são discutidos no 8º Encontro do FórumDCNT

No dia 23 de abril, aconteceu o 8° Encontro do Fórum das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). Líderes de diferentes setores e membros do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer estiveram presentes no evento e trouxeram diálogos importantes para o enfrentamento das DCNTs. 

Impactos da pandemia na superação das DCNTs

Desde de 2011 que as doenças crônicas são alvo de metas e objetivos para a redução da mortalidade no Brasil. Com o aumento da pobreza da população nos últimos anos e entraves político-econômicos no custeio da saúde, o  país já apresentava risco de não cumprí-las. Mas com a pandemia, o cenário torna-se mais preocupante e revela a urgência de serviços de saúde mais resilientes e amparados por políticas intersetoriais eficazes.

Para a Dra. Ana Patrícia de Paula, representante da Secretaria de Atenção Especializada na Saúde, não há outra maneira de atingirmos os objetivos para o enfrentamento das DCNTs do que colocar a Atenção Primária de Saúde como a verdadeira coordenadora do cuidado. E é de comum acordo entre os grupos temáticos do FórumDCNTs que essa deve ser uma prioridade. 

Relatos dos Grupos Temáticos

Durante os relatos, os líderes dos grupos apresentaram as principais discussões e projetos dos seus respectivos eixos de trabalho para o combate às DCNTs. Além do fortalecimento da atenção primária como um todo, também esteve em pauta: a capacitação dos profissionais da saúde, foco na prevenção para adultos e crianças, diagnóstico precoce, acesso ao tratamento, informação e manejo adequado dos pacientes com doenças crônicas para a  atenção especializada.

Catarina Dahm, OPAS/OMS, do grupo de saúde mental e neurológica, afirma que é essencial a ampliação dos serviços digitais na rede de saúde pública, sobretudo no contexto da Covid-19. O acesso a tecnologias também é defendido pelos grupos para a formação digital dos profissionais da atenção primária, compartilhamento de ferramentas e integração do cuidado e retomada do atendimento aos pacientes.

No cenário oncológico, Tiago Cepas, do grupo Todos Juntos Contra o Câncer,  relatou um alto número de pacientes em fila para fazer biópsias em câncer de pulmão durante a pandemia. Foi colocado em discussão pelo grupo a prorrogação da portaria 3712/2020 do Ministério da Saúde, que amplia os recursos de rastreamento do câncer. Além da aprovação do PL Sim Para Quimio Oral, assim pacientes com câncer podem receber tratamento em casa e evitar a própria descontinuação do cuidado.

Marília Albiero da ACT, líder do grupo de trabalho de Alimentação Saudável, comentou que a fome, obesidade, insegurança alimentar, sobrepeso, covid e DCNTs são fatores conectados que devem ser endereçados juntos. O grupo tem como objetivo trazer informações sobre o que é uma alimentação saudável e como trabalhar o guia de alimentação saudável para crianças menores de 2 anos e a população brasileira em geral.

 Os sistemas alimentares sustentáveis são os maiores integradores que podem atingir os ODS de maneira integral. Geram ao mesmo tempo emprego, renda, diminui a desigualdade, promove equidade de gênero, faz uso sustentável de recursos naturais e promove saúde, ou seja, todos ganhos, complementa Marília.

Precisamos Voltar aos Trilhos do ODS 3.4

O esforço conjunto da sociedade civil e a participação social são essenciais para a implementação dos projetos propostos e cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3.4. O diálogo intersetorial precisa ser constante, pautado em dados atualizados e de incentivo à ativação política daqueles que ainda são pouco atuantes.

 Para Roberta Marques, do Instituto Desiderata, precisamos dar mais valor para a saúde em vez da doença. “Se a gente não der valor para a saúde e o que isso representa para a vida das pessoas, para a vida do país, para a vida do SUS, a gente não vai conseguir avançar na pauta das doenças crônicas não transmissíveis”. 

 

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