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Acesso às cirurgias e tratamento oncológico no SUS são discutidos pelo Conselho Estratégico do TJCC

Na reunião do dia 28 de junho do Conselho Estratégico do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) os conselheiros indicaram como pontos de atenção as dificuldades no acesso às cirurgias e tratamento oncológico no sistema público de saúde. 

“As pessoas esquecem que o principal tratamento do câncer (sólido) não é o tratamento sistêmico e, sim, a assistência cirúrgica em tempo hábil, adequado e especializado. Essa sim trará um impacto brutal na atenção terciária”, disse o Dr. Rodrigo Pinheiros, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Ele esclareceu que 70% da cura do câncer vem das cirurgias, enquanto as terapias sistêmicas representam menos de 15% das chances de cura dos cânceres sólidos. 

“Precisamos de uma estratégia direcionada que garanta a assistência cirúrgica oncológica no SUS, tanto na abordagem terapêutica quanto diagnóstica. As biópsias não estão vindo em tempo adequado e até hoje vivemos o absurdo de submeter pacientes de câncer de ovário a fazer biópsias à laparotomia, com incisões de trinta a quarenta centímetros, quando poderia ser feito com duas ou três incisões de 1 a 3 centímetros cada.” pontuou Pinheiros. 

Dr. Alexandre Oliveira ressaltou a oportunidade de trabalhar a pauta via Movimento TJCC, articular com as sociedades, autoridades públicas e avançar com o tratamento oncológico no país, como foco no paciente. “Não estamos falando de propostas de cirurgias de alto custo, são cirurgias de baixo custo que fazem com que o paciente volte para a atividade laborativa no dia seguinte ou três dias depois, e que ele comece o tratamento e o diagnóstico mais rápido” , frisou o Diretor de Relações Institucionais da SBCO. 

Para a Dra. Adriana Seber, a preocupação também deve estar no acesso dos pacientes aos centros de referência de tratamento, que apesar da recente organização das linhas de referência no sistema público de saúde, encontram-se barreiras no que se refere a oncologia pediátrica e adulta. Seber pontuou as dificuldades no acesso ao transplante de medula óssea e o acesso às medicações aprovadas na Conitec. “O blinatumumabe não chega na veia das nossas crianças. Temos bastante trabalho para nos unirmos, as realidades são muito heterogêneas, mas é importante mapear esses desafios.”

Dr. Lucas Santos, também propôs que o Movimento atuasse frente às barreiras da central de regulação e a respeito das tecnologias já aprovadas e ainda não disponíveis aos pacientes do SUS, além de discutir a centralização da aquisição das tecnologias. “Os centros de alto volume tendem a ter performance mais apropriada.”

A diretoria da Abrale, organização líder do Movimento TJCC, irá considerar as oportunidades de atuação para o segundo semestre a respeito das pautas apresentadas. Também está previsto o acompanhamento das mudanças na Política Nacional de Controle e Prevenção do Câncer. A PNPCC hoje instituída como uma portaria do Ministério da Saúde recebeu propostas para ser instituída com força de lei. O projeto de lei nº 2952/2022 da Câmara dos Deputados, prevê a compra centralizada de medicamentos para o câncer e entre outras propostas que poderão ser votadas, após o recesso parlamentar.

 

Fonte: Comunicação Movimento TJCC

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