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Digitalização da saúde: o que você precisa saber sobre os benefícios para o paciente e SUS

Organizador: Roche

Os avanços nas tecnologias não param. E a digitalização da saúde torna-se, cada vez mais, uma realidade nos hospitais, nos laboratórios, nos centros de pesquisa e até mesmo na construção de políticas públicas. Mas, especialmente no sistema público de saúde, ainda não é possível dizer que conseguimos usar as ferramentas de maneira 100%. 

De acordo com Luis Gustavo Kiatake, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), é possível melhorar. 

“Como sociedade, facilitamos o trabalho do governo. Mas os brasileiros são muito dependentes da regulamentação e precisamos ser mais articulados na auto-regulamentação. Quando muda o presidente, o ministro, muda todo o sistema. E a partir do momento que temos uma linguagem/códigos apropriados, melhoramos desfecho, tratamento, diagnóstico. E o engajamento do paciente ainda é um desafio. Todo mundo tem um celular no bolso, mas o que fazemos efetivamente com ele? Não consigo medir o que o paciente está tomando, quando está tomando”, salientou. 

Dra. Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos,
presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Regional Minas Gerais, falou sobre o Projeto Saúde da Mulher, que usa a tecnologia com foco nas pacientes com câncer de mama. 

“O projeto alia a tecnologia com os profissionais de maneira geral. Temos uma plataforma digital que integra a jornada da paciente com câncer de mama, com a linha de cuidado. A ideia é fazer um programa organizado, que monitora a mulher desde a primeira consulta. Com isso, conseguimos integrar todo o sistema de saúde, sempre pensando na equidade, na humanização e na qualidade de vida. Queremos trazer as mulheres que enfrentam mais dificuldades, além de facilitar o trabalho de todos os agentes de saúde. Temos que parar de ter medo do câncer de mama. Com o diagnóstico precoce, é possível alcançar a cura e ter uma vida normal”, contou. 

Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, falou sobre a angustia enfrentada pelos pacientes oncológicos que aguardam, em longas filas, pelo diagnóstico e tratamento.  

“As filas do sistema de saúde são uma das angustias dos pacientes oncológicos. A outra é não saber o tamanho da fila e a terceira é que não sabemos o tempo da fila. Um case de sucesso, que chamamos de Waze da Saúde, mostra para os pacientes como está o funcionamento das filas dos hospitais. E com isso eles conseguem entender em que momento estão do seu tratamento, e podem tomar iniciativas que possam ajudá-los, como de repente um mutirão, uma campanha”.  

Dr. Julio Teixeira, chefe da Divisão de Oncologia da Unicamp, lembrou que o câncer do colo do útero mata 1 mulher a cada 2 minutos, no Brasil, ainda que ele já pudesse estar erradicado.

“Hoje temos a vacinação contra o HPV, além do rastreamento periódico, feito a partir dos 25 anos. E essa mortalidade está estável há anos. E isso por falta de gestão e controle de exames. Em 2012, comecei a trabalhar em um projeto para mudar este cenário. Hoje realizamos testes para detectar o DNA do câncer do coloco do útero, além do Papanicolau. Passamos a fazer 16 mil testagens em um período de 30 meses, e conseguimos 100% de teste úteis”, finalizou. 

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