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Taxa de vacinação contra HPV está bem abaixo da meta

O vírus HPV é uma das maiores causas do câncer de colo de útero. Para evitar esse risco, existe uma vacina, mas um contingente enorme de crianças e adolescentes não se protege.

Carteira de vacinação toda preenchida é motivo de orgulho na família de Cristiane Carneiro do Nascimento.

“Minha mãe fazia para mim e quando me casei ela me deu a carteira de vacinação. Tenho a minha até hoje. Então, eu faço a mesma coisa com as crianças’, conta.

Cristiane é gerente de recursos humanos de uma empresa. Cuida de uma equipe de 75 funcionários e ainda de dois filhos. Para não atrasar as doses de vacina das crianças, anota tudo na agenda do celular. Em outubro, Heitor tem que tomar o reforço da vacina contra o HPV.

HPV é a sigla em inglês para papiloma vírus humano, que infecta a pele e as mucosas e é transmitido por via sexual. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, mas apenas duas variantes são responsáveis por sete em cada dez casos de câncer do colo do útero.

A doença matou mais de 6 mil mulheres no país em 2020. O HPV também pode causar outros tipos de câncer, como de boca, de orofaringe e dos órgãos sexuais de homens e mulheres.

O esquema com duas doses da vacina contra o HPV – com um intervalo de seis meses – oferece 98% de proteção e deve ser feito antes que a pessoa tenha contato com o HPV, ou seja, antes do início da vida sexual. Por isso, a imunização é indicada para meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos entre 11 e 14 anos.

A coordenadora de prevenção do Inca alerta para a evolução do HPV.

‘Essa infecção pode se tornar persistente e a presença desse vírus no nosso organismo pode induzir uma mutação nas nossas células. E essas células uma vez mutadas podem se proliferar e formar um tumor. Como é que a gente pode deter? Vacinando as pessoas contra a infecção pelo vírus do HPV’, explica Liz Maria de Almeida.

‘Essa infecção pode se tornar persistente e a presença desse vírus no nosso organismo pode induzir uma mutação nas nossas células. E essas células uma vez mutadas podem se proliferar e formar um tumor. Como é que a gente pode deter? Vacinando as pessoas contra a infecção pelo vírus do HPV’, explica Liz Maria de Almeida.

A vacina contra o HPV foi incluída no Plano Nacional de Imunizações em 2014. Nesse primeiro momento, era oferecida só para as meninas. Desde 2017, os meninos também entraram para o público alvo da imunização contra o vírus, isso porque eles podem transmitir o HPV. Mas, segundo o Ministério da Saúde, a procura pela vacinação de meninos sempre ficou bem abaixo do esperado e piorou com a pandemia.

A taxa de vacinação de meninos com a primeira dose caiu de 57,9% para 55,5% de 2020 para 2021. Já a da segunda dose ficou praticamente estável, em um percentual muito baixo: 36%. Sem essa dose, a proteção não é completa.

A meta é imunizar 80% do público-alvo, o que tem sido um desafio, segundo a médica Melissa Palmiere, da Vigilância Epidemiológica de São Paulo.

‘Muitas vezes os pais, em um conceito equivocado, acham que precisam deixar essa vacinação mais para frente, quando iniciar a atividade sexual. É completamente equivocado esse conceito. Nós precisamos o quanto antes fazer. Existe uma melhor produção de anticorpos e isso daí vai fazer com que exista uma redução de circulação do vírus entre os gêneros masculino e feminino. A vacina sem dúvidas é segura e os pais precisam entender que essa vacina é um seguro que eles fazem para o futuro do seu filho’, afirma.

Compromisso que a Déborah Quinteiro assumiu nesta segunda-feira (23) com o Pedro, para evitar também a transmissão, que é silenciosa.

‘Eu penso sempre na prevenção. Principalmente como mãe, eu não quero que o meu filho passe por isso’, diz a dentista.

‘É bom se prevenir, assim. Sempre usar proteção e tomar a vacina. Vir nos postos. Se prevenir, né. É melhor que você tome a vacina, nem que doa um pouquinho, sabe. Nem dói tanto’, diz Pedro Quinteiro, de 12 anos.

 

Fonte: G1.Globo

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