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Feridas que não cicatrizam podem ser um indicativo do câncer de boca

Feridas na boca que não cicatrizam, sangramentos, dificuldade em mastigar e engolir, cuidado! Esses podem ser alguns dos sintomas do câncer de boca. A doença que acomete regiões como lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua e assoalho bucal (região embaixo da língua), é a mais comum em homens acima dos 40 anos segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Tendo a maioria dos casos diagnosticados em estágios avançados, o mês de maio, que recebe o laço de cor vermelha, é dedicado a conscientização sobre os fatores de risco, sintomas e a prevenção da doença.

Na busca pelo diagnóstico precoce do câncer de boca, o cirurgião-dentista é um dos principais aliados. ‘É o dentista que geralmente tem o primeiro contato com o paciente desse tipo de tumor. É ele que examina e investiga a ocorrência de manchas, placas, nódulos, lesões vermelhas e úlceras que não cicatrizam há mais de 15 dias, sintomas de alerta para o câncer’, explica o dentista oncológico da Oncomed-MT, Bernar Benites (CRO 4777). O médico alerta ainda que a melhor forma de prevenção é ter uma boa higiene bucal e ir regularmente ao dentista. ‘A maioria das pessoas acabam não descobrindo doenças como o câncer de boca nos estágios iniciais por não terem o costume de ir ao dentista. As vezes o principal sintoma, que são as feridas que não cicatrizam, pode ser encarado como uma simples afta.’

Diagnóstico e preparação bucal – Após o exame clínico, se identificado alguma alteração, o paciente é encaminhado para realização de exame de biópsia. Esse procedimento consiste na remoção de uma amostra de tecido para análise e é realizado por um médico de cabeça e pescoço ou um cirurgião oncológico. Se diagnosticado o câncer, a equipe médica irá definir o plano de tratamento, mas antes de iniciá-lo o cirurgião-dentista tem outro papel importante: a preparação bucal. ‘Com o objetivo de minimizar os efeitos colaterais do tratamento, é importante que o paciente faça um bom preparo bucal. Os procedimentos realizados compreendem limpeza, extração de dentes, restaurações, cuidados com as próteses e implantes, entre outros. Esses cuidados podem evitar a mucosite oral, úlceras parecidas com aftas, que podem surgir em função do tratamento, principalmente após as sessões de radioterapia.’

Tratamento – Entre as principais opções de tratamento para o câncer de boca está a cirurgia, radioterapia e a quimioterapia. O médico cirurgião oncológico da Oncomed-MT, Rodolfo Pimentel (CRM 2855-MT/ RQE 2933), explica que as técnicas podem ser realizadas isoladamente ou combinadas dependendo do local e do estágio da doença. ‘A cirurgia é o primeiro tratamento indicado para esse tipo de tumor. Nesse procedimento, o cirurgião remove a área afetada por meio da ressecção com margem de segurança. É importante lembrar que não há um tratamento padrão, cada caso deve ser analisado individualmente pela equipe médica para a escolha da melhor técnica, visando sempre a cura e o bem-estar do paciente.’

Fatores de risco – O álcool e o tabaco estão entre os principais fatores de risco desse tipo de câncer. ‘Fumantes e pessoas que consomem bebidas alcóolicas com frequência têm maior chance de desenvolver câncer de boca. Esses produtos possuem substâncias químicas que podem causar desgastes dentários, sangramentos e lesões na estrutura bucal’. O médico esclarece ainda, que além do etilismo e do tabagismo, há outras causas que podem aumentar o risco da doença. ‘Também há a incidência em pessoas que não fumam e não bebem, esses casos geralmente estão ligados a pré-disposição pelo fator genético e principalmente pela infecção pelo papilomavírus humano (HPV) por meio do sexo oral. Para a prevenção é importante vacinar meninas e meninos antes do início da vida sexual e a recomendação para os adultos é a utilização de preservativo,’ reforça o médico.

Equipe multidisciplinar – A atuação de uma equipe multidisciplinar no tratamento de câncer de boca, principalmente em casos diagnosticados de forma avançada é fundamental. ‘A boca é uma região do corpo que desempenha funções importantes, como a fala, respiração, deglutição, dependendo do tipo de tratamento utilizado o paciente pode ter algumas dessas funções comprometidas, por isso é essencial o acompanhamento por vários tipos de profissionais como dentista, cirurgião oncológico, médico bucomaxilofacial, radio-oncologista, fonodiólogo, nutricionista, entre outros. Cada um dentro da sua especialidade cuidará para que o paciente tenha mais qualidade de vida durante o tratamento.’

 

Fonte: G1.Globo

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