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Ozonioterapia contra o câncer

Em meio a polêmicas e controvérsias, a ozonioterapia surge como uma nova alternativa para o tratamento de diversos problemas de saúde. Incluindo o câncer.

Por Tatiane Mota

O ozônio é um gás constituído por três átomos de oxigênio e seu símbolo químico é O3. Sua produção natural acontece na estratosfera, camada que fica acima da superfície terrestre, após a ação de raios solares ultravioletas sobre as moléculas de oxigênio (O2), separando dois átomos que, ao serem associados individualmente a outras moléculas de O2, produzem o ozônio. Complexo, não?

Em sua forma natural, o ozônio tem cor azulada, cheiro forte e é altamente tóxico para qualquer ser vivo. Por isso, a conhecida “camada de ozônio” é tão importante na proteção do planeta Terra.

Mas você já deve estar se perguntando: se o ozônio é tão prejudicial assim, como pode ser utilizado como tratamento para o câncer?

Na ozonioterapia, o ozônio utilizado é o medicinal. Ele é obtido a partir de uma mistura entre oxigênio e ozônio, em concentrações e doses exatas.

O procedimento tem por objetivo tratar dores e inflamações crônicas, infecções variadas, feridas e queimaduras, problemas vasculares, derrames cerebrais isquêmicos, esclerose múltipla e também como terapia de suporte para pacientes com câncer.

A ozonioterapia pode ser aplicada via injeção subcutânea, óleo ozonizados e até sauna.

Como é realizada a ozonioterapia?

A terapia só poderá ser feita por meio de equipamento devidamente certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela pode ser aplicada via injeção subcutânea, água e óleo ozonizados para passar no local que necessita de tratamento, banho e sauna, endovenosa, intramuscular, insuflação (retal, vaginal e na bexiga), subcutâneo e injeção direta em tumores.

O ozônio ajuda na recuperação de problemas respiratórios, do sistema imunológico, do câncer em geral, da diabetes e até no tratamento de feridas.

Ozonioterapia no Brasil.

A terapia passou a integrar o rol de práticas da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em março de 2018. Ela entrou como tratamento de caráter complementar. As práticas integrativas e complementares são ações de cuidado transversais. Podendo ser realizadas na atenção básica e na média e alta complexidade.

Em nota, o Ministério da Saúde diz incentivar a adoção dessas práticas a partir das características de cada região. Tal implantação ocorre de acordo com a capacidade dos municípios e capacitação específica dos seus profissionais da Saúde. De forma a não onerar o sistema, mas sim garantir um cuidado mais amplo.

A inclusão de práticas integrativas como tratamento complementar, visando a prevenção de doenças e promoção da saúde dos cidadãos, segue recomendação da Organização Mundial de Saúde. Estando baseado em estudos científicos que apontam os benefícios para a saúde da população. A oferta dessas práticas não substitui o tratamento convencional. Como o próprio nome diz, são oferecidas de forma complementar ao cuidado realizado nas unidades de saúde. Assim sendo aplicadas por profissionais que tenham formação específica.

Mas nem tudo são flores…

Embora a ozonioterapia tenha sido aprovada pelo Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) não concorda com a sua aplicação no país.

Em nota, o Conselho diz que essa prática integrativa não tem resolubilidade e fundamento na Medicina Baseada em Evidência (MBE). Ou seja, ignora a integração de habilidade clínica com a melhor evidência científica disponível.

De acordo com o presidente do CFM, Carlos Vital, os médicos só podem atuar na medicina com procedimentos e terapêuticas que têm reconhecimento científico. Sendo que a ozonioterapia não tem. “A aplicação de verbas nessa área onera o sistema, é um desperdício e agrava ainda mais o quadro do SUS com carências e faltas.” Veja a declaração completa em: www.portal.cfm.org.br.

Os benefícios do ozônio.

Como o gás ajuda a tratar as várias partes do corpo.

Problemas respiratórios. Com uma maior quantidade de oxigênio entrando no sangue, haverá um aumento na taxa de glicose dos glóbulos vermelhos. Desa forma, aumenta a quantidade de oxigênio liberado para os tecidos. Pode ajudar pacientes com asma e doença pulmonar obstrutiva.

Sistema imunológico. Por aumentar o número de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células, a ozonioterapia pode ser importante para reforçar o sistema imune e ajudar a tratar as infecções.

Câncer. Quando administrado em concentrações exatas, pode causar aumento na produção de interferon, uma proteína que tem, dentre suas funções, interferir na replicação de células tumorais e estimular a defesa de outras células.

Diabetes. Algumas de suas complicações são causadas pelo estresse oxidativo no corpo. O ozônio pode ajudar ativando o sistema antioxidante que afeta o nível de glicemia destes pacientes.

Tratamento de feridas. Ao aplicar a ozonioterapia diretamente na ferida, ajudará na desinfecção e também na cicatrização mais rápida.

 

Fonte: Revista Abrale/ Por Tatiane Mota

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