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Em SP, duas a cada três doses da vacina contra HPV não foram aplicadas

Em São Paulo, duas a cada três doses de vacina contra o HPV ainda não foram aplicadas. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo recebeu, em 2023, 1,06 milhão de doses de vacina contra o HPV.

Desse total, foram aplicadas, até maio, menos de 316 mil doses. Um terço do estoque disponível. Na população prioritária, meninos e meninas de 9 a 14 anos, foram aplicadas pouco menos de 300 mil doses da vacina quadrivalente contra o HPV. Os números estão disponíveis no Datasus e a Secretaria de Saúde confirmou que são os dados mais recentes.

Segundo o Programa Nacional de Imunização, para alcançar a imunidade são necessárias duas doses da vacina. A meta é ter pelo menos 80% das crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos com o esquema vacinal completo. Segundo o governo de São Paulo, no acumulado dos últimos seis anos, 60% das meninas entre 9 e 14 anos e 40% dos meninos tomaram as duas doses da vacina.

Não existe um dado de cobertura vacinal contra o HPV ano a ano. Mas levando em conta apenas as crianças com 9 anos, quando se inicia o esquema de imunização, menos de 20% das meninas e menos de 11% dos meninos tomaram a primeira dose da vacina, em 2023.

A vacina previne a infecção por quatro tipos de HPV, incluindo dois tipos que respondem por 70% dos casos de câncer do colo de útero no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), só em 2023, São Paulo deve registrar 2,5 mil novos casos de câncer de colo de útero.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou um Projeto de Lei que previa levar a vacinação de crianças e adolescentes contra o vírus, uma vez ao ano, para dentro das escolas.

A proposta determinava a criação de um calendário de vacinação que começaria em março de cada ano, com vacinação contra o HPV preferencialmente nas escolas.

Para Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), São Paulo perdeu a oportunidade de colaborar com um dos pilares da vacinação para adolescentes.

Além do câncer de colo de útero, o HPV também causa câncer de vagina, ânus e faringe. Ela cita países que adotaram a política de vacinação escolar contra o HPV que já conseguiram reduzir casos de câncer na população. Como Suécia, Reino Unido, Austrália e Dinamarca.

Na justificativa do veto, o governador alega que a Secretaria da Saúde considerou dispensável a aprovação do projeto por já existirem políticas públicas em execução na área.

Por meio de nota, o governo estadual reforçou que as propostas do projeto de lei já são executadas no estado, por meio do PNI. Segundo a nota, a imunização está disponível desde 2014 em mais de 5 mil postos de saúde no estado.

Fonte: Agência Brasil

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