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Acompanhantes de pacientes relatam aglomerações e longa espera no atendimento de Centro Oncológico de Fortaleza

Acompanhantes de pacientes em tratamento no Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), localizado no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza, têm relatado precariedade no atendimento da unidade de saúde. Conforme as denúncias, pacientes esperam pelo tratamento por longas horas em meio a aglomerações, com risco de contrair o novo coronavírus. De acordo com acompanhantes ouvidos pela reportagem do G1, não há fila de prioridade no centro.

O Crio comunicou, em nota, que tem como critério de prioridade a gravidade do paciente. “Pacientes internados, crianças e pacientes acamados. Mais de 60% dos nossos pacientes são idosos, por isso a prioridade é devido a gravidade e não por idade”.

O centro também afirmou que segue os devidos protocolos de saúde necessários para minimizar a exposição dos pacientes ao novo coronavírus. “Há aferição de temperatura na porta, distanciamento com bloqueio de algumas cadeiras, além de orientação aos pacientes, para que venham com no máximo um acompanhante”.

Uma acompanhante de paciente, que prefere não ser identificada, relata esperar até cinco horas por dia, junto com o familiar, para dar início ao tratamento contra um câncer de próstata. “Eles não têm uma fila de prioridades para aqueles que já estão frágeis devido ao tratamento, ou idosos mesmo, além do risco de contaminação por coronavírus, porque tem muita aglomeração. Não tenho o que reclamar do atendimento em si, do tratamento. Mas, todos os três turnos do Crio são lotados. Em qualquer horário que chegue, está sempre assim”, disse.

Uma acompanhante de paciente, que prefere não ser identificada, relata esperar até cinco horas por dia, junto com o familiar, para dar início ao tratamento contra um câncer de próstata. “Eles não têm uma fila de prioridades para aqueles que já estão frágeis devido ao tratamento, ou idosos mesmo, além do risco de contaminação por coronavírus, porque tem muita aglomeração. Não tenho o que reclamar do atendimento em si, do tratamento. Mas, todos os três turnos do Crio são lotados. Em qualquer horário que chegue, está sempre assim”, disse.

De acordo com o relato, alguns pacientes recebem atendimento mais rápido, apesar de não terem marcado horário antecipadamente. “Chega um paciente para uma consulta com o médico e, no lugar do nome dele ser colocado em um painel de chamadas, ele vai direto para a sala de radioterapia, enquanto as outras pessoas que chegaram antes ficam esperando horas. A situação ainda piora pra quem é do interior e espera dentro de ônibus lotados, passando calor”, explicou.

Mesmo com a longa espera diária e lotações no centro, a familiar mencionou ainda que a máquina de radioterapia parou de funcionar e nenhum paciente foi avisado antecipadamente. “Eles deixam o paciente chegar até o Crio para avisar que a máquina quebrou e não haverá atendimento. Agora, imagina receber uma notícia dessas tendo percorrido vários quilômetros para estar ali, já em estado debilitado, como é o caso de vários pacientes do interior?”, indagou.

Já Márcia (nome fictício) e o filho, de nove anos, também em tratamento contra um câncer, enfrentaram as mesmas dificuldades citadas. “Estamos finalizando o tratamento dele, mas o que ficou neste período de atendimento aqui foi o descaso, depois das 20 sessões. A gente entende que a demanda é grande, mas ainda assim tem muita aglomeração l, disse.

A unidade também reconheceu que houve um aumento muito grande da demanda de pacientes, reprimida durante os meses críticos da pandemia no Ceará. “A grande maioria desses pacientes são de estágios avançado, muitos desses pacientes graves e que não podem esperar pelo tratamento, o que eventualmente, aumenta o número de pacientes dentro do serviço. É uma situação muito difícil, uma vez que esses pacientes tem uma urgência de tratamento com risco de terem um prejuízo em seu prognóstico”.

Ainda em nota, o centro esclareceu que a parada dos equipamentos de radioterapia é “imprevisível, temos engenheiros e técnicos disponíveis 24h para manutenção. Se de repente tem algum problema, informamos aos que estão aguardando e aos que ainda virão”.

Fonte: G1 | Ceará

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