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Imagem De Uma Mulher Profissional Da Saúde, Toda Equipada Com Máscara, Luvas E Protetor Facial. A Profissional Está Com Os Olhos Fechados E As Mãos Em Posição De Suplica, Representando O Pedido De Socorro Ao Mundo.

Precisamos de ajuda

Pedimos socorro para o mundo olhar para o Brasil

Se há uma lição a aprender com a pandemia é que colapsos só podem ser enfrentados com mobilização coletiva: reunindo cidadãos, organizações sociais, corporações e governos pelo bem comum.

Já deveríamos ter entendido isso, mas, no Brasil, o presidente da República se refere às ONGs como ‘câncer que não consegue matar’. Não enxerga a diferença que a sociedade civil organizada faz, ainda mais na crise. Não fossem associações de bairros, centrais de favelas, instituições filantrópicas, movimentos indígenas e articulações empresariais, dentre tantas iniciativas solidárias no combate à Covid-19, estaríamos muito piores.

Essas organizações atendem à camada mais vulnerável da população, em um país continental onde mais de 50 milhões de pessoas vivem na pobreza. Entregam doações, levam saúde e socorrem rincões distantes. Alimentam famintos, geram renda, garantem educação, protegem o meio ambiente, dão acesso à água e moradia. Mantêm viva a cultura, defendem as minorias, promovem o esporte, criam oportunidades de desenvolvimento -são inúmeras frentes de atuação, como são os problemas do Brasil.

Não cabe às organizações substituir o Estado, mas somar esforços. Os melhores resultados na luta contra o novo coronavírus -e, na verdade, na solução de qualquer desafio social- estão em municípios onde tomadores de decisão cooperam com o terceiro setor.

O conceito de parceria passa longe do governo central, que promove uma campanha sistemática de difamação contra as ONGs. Pior, estimula o negacionismo, as aglomerações e as notícias falsas. Não ouve a ciência. Jogou fora milhões de reais em medicamentos ineficazes. Não negociou vacinas quando deveria. Nunca fez isolamento de verdade, estendendo a crise. Não à toa, nos tornamos uma ameaça biológica mundial. Hoje o Brasil está acima de tudo, como diz o slogan do Planalto, só em número diário de mortos.

Se o governo quer acabar com as ONGs, basta enfrentar as urgências com compromisso. Quando todos tiverem direitos assegurados, elas serão desnecessárias. Estamos longe disso. Em um país tão desigual e carente de políticas públicas, a sociedade civil organizada é a última linha de defesa -muitas vezes, a única. Mesmo exaustos, temos de seguir em frente. É o que nós, empreendedores sociais, estamos fazendo.

Um dia depois do outro, lutamos para aliviar os efeitos da pandemia e contribuir com um Brasil mais justo. Buscamos caminhos e parcerias para superar as crises sanitária, social e econômica. Clamamos por bom senso e ações verdadeiras. É preciso reconduzir o país à lucidez e que os (ir)responsáveis pelo descaso e pelas vidas perdidas sejam penalizados. Gritamos por apoio, por vacinas, pelo SUS. Pedimos socorro para o mundo olhar para o Brasil. Nós precisamos de ajuda para poder ajudar mais -porque somos cada vez mais necessários.

Todas as organizações da sociedade civil estão convidadas a assinar esse manifesto: www.precisamosdeajuda.org

Caetano Scannavino

Eugenio Scannavino Netto

Maria Teresa Leal

Ivaneide Bandeira Cardozo

Fábio Bibancos

Empreendedores sociais, representam 218 lideranças e organizações da sociedade civil que subscrevem este manifesto: (lista de lideranças e organizações, confira na fonte original)

Fonte: Folha Online

 

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