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Governo anuncia medidas de combate ao câncer de mama

O Ministério da Saúde aproveitou o mote do Outubro Rosa, mês voltado à conscientização e prevenção ao câncer de mama, para anunciar a destinação de R$ 100 milhões em recursos destinados a cirurgias de reconstrução mamária via Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria liberando a quantia foi assinada no dia 19 de outubro pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em cerimônia na sede da Caixa, em Brasília.

Durante o evento, o banco anunciou que divulgará, por meio do aplicativo Caixa Tem, informações preventivas de combate ao câncer de mama. ‘Vamos enfrentar e vencer o maior assassino de mulheres do mundo e de nosso país com políticas públicas eficientes’, disse Queiroga.

Segundo o ministro, o país já conta com ‘a mais avançada das legislações sanitárias do mundo, que é a Lei 8.080’, e que o que falta é ‘dar eficiência a elas, o que só será conseguido com equipes técnicas e elaboração de políticas baseadas em critérios epidemiológicos, socioeconômicos e demográficos, e análises técnicas da factibilidade logística e operacional dessas políticas públicas’. No ano, segundo Queiroga, foram alocados R$ 2,6 bilhões para o enfrentamento ao câncer.

‘Quando incentivamos o aleitamento materno, estamos prevenindo o câncer de mama. Quando estimulamos a prática de atividades físicas ou combatemos a obesidade, estamos prevenindo o câncer de mama. Essas ações são muito mais eficientes do que condutas obstinadas com quimioterápicos experimentais’, disse o ministro, ao lembrar que a mamografia, enquanto política de rastreamento de câncer de mama, é indicada para pessoas com idade a partir dos 50 anos.

Reconstrução mamária

Os R$ 100 milhões anunciados hoje têm como destino a ‘fortalecer o rastreamento visando o acesso a cirurgias de reconstrução mamária em casos diagnosticados submetidos a mastectomias no âmbito do SUS’, segundo a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho.

Sobre o Outubro Rosa, a secretária destacou a necessidade de se aproveitar o período para chamar a atenção de toda a população. ‘Queremos a população informada e os profissionais qualificados’, disse ao enfatizar que o câncer de mama é uma preocupação que deve ser lembrada todos os meses do ano, e que a reconstrução mamária é ‘importante para retomar a autoestima e a vida normal das mulheres’.

A chefe da mastologia de uma das unidades do Hospital do Câncer e médica do Instituto Nacional do Câncer, Fabiana Toneloto, disse que, com relação à reconstrução mamaria, sua experiência profissional ‘mostra que, mesmo com a reconstrução, o primeiro impacto pós-cirúrgico é muito difícil’ para as mulheres.

‘Os primeiros momentos de retirada do curativo e com o esposo são muito dolorosos. A reconstrução mamária ajuda a amenizar essa dor’, disse. Segundo a mastologista, nem toda a paciente é candidata à reconstrução mamária. ‘Há casos em que é melhor a reconstrução tardia e não imediata, para que a chance de cura seja maior’.

Caixa Tem

Durante o evento, foi assinado também um acordo de cooperação técnica assinado entre Ministério da Saúde e Caixa, para que as cerca de 27 milhões de mulheres que acessam o aplicativo Caixa Tem tenham acesso a ‘informações preventivas e de combate ao câncer de mama’.

A presidente da Caixa, Daniella Marques, disse que pretende aproveitar a presença do banco em todo o território nacional para ‘integrar esforços com o ministério visando conscientizar os brasileiros’ sobre as medidas de prevenção e combate à doença.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, disse ser necessário a campanha focar também no público masculino. ‘Estamos todos aqui porque acreditamos na importância da prevenção e falamos também com os homens, que são filhos, esposos e pais’, disse.

‘Esse assunto interessa a todos nós, e o compartilhamento de informações é o que nos move e o que dá sentido à nossa pauta para alertar a população sobre uma doença que pode ser prevenida, e que afeta toda a família, porque quando um parente nosso adoece, afeta a todos’, acrescentou ao ressaltar o papel de todos integrantes da família para ‘batermos na tecla da prevenção’, em especial na necessidade de se fazer autoexames e exames anuais de rotina.

A secretária de Atenção Primária à Saúde substituta, Daniela Ribeiro, defendeu que as ações do Outubro Rosa devem ser feitas de outubro a outubro, e abrangem também a conscientização da população; a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama; o cuidado preventivo anual; o compartilhamento de informações sobre a doença; e o fortalecimento do atendimento às mulheres nos estabelecimentos de saúde.

‘Estimamos 66.280 novos casos para o ano de 2022. São muitos casos. Esta é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres’, disse. Segundo Daniela Ribeiro, há no país 48 mil unidades básicas de saúde e 1.884 unidades de saúde da família, além de equipes de consultório na rua, ‘preparadas para auxiliar as mulheres a lidarem com essa situação’.

Linha de cuidado

A secretária aproveitou a data para divulgar uma importante ferramenta de ajuda na prevenção à doença: a Linha de Cuidado do Câncer de Mama.

‘Essa linha é caracterizada pela padronização de técnicas e descrições do itinerário do paciente dentro da Rede de Atenção à Saúde (RAS), contemplando informações relativas às ações e atividades de promoção da saúde, prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento e reabilitação’, explicou.

A principal porta de entrada do usuário é a Atenção Primária à Saúde (APS), que faz o papel de ordenadora da rede. Lá, o profissional de saúde consegue identificar, acompanhar e fazer o tratamento, o acompanhamento passo a passo.

‘Ele direciona, organiza e auxilia as equipes de saúde da família, as equipes de unidades básicas de saúde e as equipes de pronto atendimento do Samu e dos hospitais especializados no acompanhamento e no tratamento de mulheres e indivíduos que precisam de apoio’, disse Daniela Ribeiro.

 

Fonte: Agência Brasil 

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