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Imagem De Uma Fotografia Do Prefeito Bruno Covas, Acometido Pelo Câncer De Cárdia. Bruno Está De Terno E Gravata, E à Frente Dois Microfones

Câncer na cárdia

Entenda o tumor que acometeu o prefeito licenciado da capital paulista, Bruno Covas

Por Tatiane Mota

No dia 16 de maio, o prefeito licenciado da cidade de São Paulo, Bruno Covas, faleceu após lutar por mais de dois anos contra o câncer de cárdia, neoplasia que apresentou, no ano de 2020, mais de 21 mil novos casos em todo o Brasil, de acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Entendo o câncer na cárdia

Quando nos alimentamos, o bolo alimentar desce por uma estrutura muscular tubular, chamada esôfago, até desembocar em um reservatório, o estômago. O ponto de transição do esôfago para o estômago chama-se cárdia. E é neste local que pode, então, surgir o câncer de cárdia.

De acordo com o Dr. Abraão Dornellas, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, a doença tem um comportado similar ao câncer de estômago.

“Quando o tumor acomete a parte mais próxima do esôfago, o câncer normalmente se comporta como uma neoplasia de esôfago. Já quando o acometimento da cárdia se dá mais próximo ao estômago, seu comportamento é similar ao tumor de estômago. Nas pesquisas científicas, os tumores de cárdia são comumente incluídos junto aos tumores de estômago e, portanto, têm o mesmo princípio de tratamento”, explica.

Esta neoplasia maligna tem predomínio em indivíduos mais idosos e nos homens, mas é importante deixar aqui um alerta: o número de casos em pacientes mais jovens vem crescendo! E, de acordo com Dr. Abraão, isso se deve aos fatores de risco, em especial a obesidade.

Quando desconfiar

O primeiro passo é prevenir-se do câncer. Para isso, é fundamental manter uma vida saudável, além de realizar acompanhamento médico regular e exames de rastreamento. Em específico sobre o câncer de cárdia, também é possível evitar os fatores de risco, que são: obesidade, doença do refluxo gastroesofagiano, tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo.

“Quando a doença já se desenvolveu, é possível que o paciente apresente sintomas como azia, queimação, indigestão, perda de peso e vômitos com sangue”, diz o especialista.

Evolução do quadro

O prefeito Bruno Covas apresentou metástase da doença, e teve outros órgãs atingidos, com uma evolução bastante rápida. Esta é uma característica que, de fato, pode acontecer.

“De modo geral, os tumores de cárdia têm a capacidade de lançar células malignas pela corrente sanguínea, podendo se instalar em outros órgãos, como fígado, pulmões e ossos. O comportamento biológico destes tumores é agressivo, tendo uma evolução rápida. Por isso, reforço o papel fundamental do diagnóstico precoce no processo de cura. Apesar de se tratar de uma doença grave e de rápida evolução, se diagnosticado em estágios precoces, o paciente pode ser curado”, alerta o Dr. Abraão.

Quanto antes descobrir, melhor!

Como vimos, descobrir o câncer de cárdia logo no início é essencial para que o paciente apresente bons resultados no tratamento, podendo, inclusive, chegar à cura. Procurar por um especialista, assim que os sintomas começam a surgir, é parte essencial do processo. Isso porque alguns exames específicos serão necessários para chegar ao resultado.

“O diagnóstico é feito com exame de endoscopia digestiva. Nesse exame, coloca-se um tubo com uma câmara na extremidade, permitindo fazer um filme da luz interna do esôfago e estômago, conseguindo notar alterações. Caso algo seja encontrado, deve-se realizar uma biópsia com avaliação de um patologista para confirmar o diagnóstico. Com o resultado pronto, devemos realizar imagens do corpo todo, certificando-se de que não existem outros pontos acometidos”, fala o médico.

O câncer de cárdia tem tratamento

Atualmente, nos tumores iniciais o tratamento é feito com associação entre quimioterapia e cirurgia, visando a eliminação da doença. Já nos casos em que a doença encontra-se em estadiamento avançado, habitualmente o tratamento é feito com quimioterapia e imunoterapia, buscando o controle da doença no corpo como um todo.

“Mais uma vez ressalto que devemos incentivar o diagnóstico precoce, pois é nesse momento em que a cura se torna real e possível. Nos casos de doença muito avançada também existem ótimos recursos de tratamento, com bom controle da doença e qualidade de vida para os pacientes”, finaliza o Dr. Abraão.

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