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Câncer de pulmão: medicamento reduz em 51% risco de morte em pacientes

Uma das pesquisas, conduzida pelo renomado Yale Cancer Center, dos Estados Unidos, demonstrou que um medicamento foi capaz de reduzir em 51% o risco de morte para pacientes com uma das formas do tumor de pulmão de células não pequenas, tipo responsável por mais de 80% dos casos da doença.

Os trabalhos foram apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês), que acontece em Chicago até a próxima terça-feira, dia 6. O trabalho dos pesquisadores americanos investigou, em um estudo de fase 3 com a participação de 682 pacientes de 26 países, o uso do medicamento osimertinibe, produzido pela AstraZeneca, em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com a mutação do tipo EGFR.

Todos os participantes do estudo passaram por cirurgia para retirada do tumor e, após a operação, parte dos pacientes recebeu o medicamento e o outro grupo recebeu placebo. Após acompanhamento de quase cinco anos, os cientistas observaram que o risco de morte entre os que tomaram o medicamento foi 51% menor do que no grupo que não recebeu a droga. O benefício foi observado em todos os estágios da doença analisados.

Diretor adjunto do Yale Cancer Center e líder do estudo, Roy Herbst afirmou que os resultados devem fazer com que o uso do osimertinibe se torne o tratamento padrão para esses tipos de tumor de pulmão. Para ele, os números de sobrevida global “inspiram confiança” em adotar a medicação para casos de tumores com a mutação EGFR.

“Isso reforça ainda mais a necessidade de identificar esses pacientes com biomarcadores disponíveis no momento do diagnóstico e antes do início do tratamento”, afirmou ele, ao ressaltar a necessidade dos exames que possam identificar quais dos pacientes possuem a mutação.

Imunoterápico aumenta chance de eliminação completa da doença

Outro estudo, também com foco nos tumores de células não pequenas, demonstrou que o uso do medicamento imunoterápico pembrolizumabe, da farmacêutica MSD, antes da cirurgia para retirada do tumor e combinado com quimioterapia, aumentou as chances de remoção completa do câncer durante a operação e reduziu o risco de recidiva da doença.

A pesquisa, também de fase 3 e conduzida pela Universidade de Stanford, demonstrou redução de 42% no risco de recorrência e progressão da doença ou morte entre os pacientes que receberam o imunoterápico antes da cirurgia.

“Outros estudos com outros imunoterápicos já demonstraram benefício parecido. Este estudo vem corroborar o papel da imunoterapia pré-operatória e esta estratégia passa a se tornar mais uma opção de tratamento para esses pacientes”, disse ao Estadão William Nassib William Junior, líder de especialidade de tumores torácicos do Grupo Oncoclínicas, que também acompanhou a apresentação dos estudos em Chicago.

Para o especialista, os dois estudos se destacam porque são os primeiros a mostrar benefícios dessas drogas também para pacientes com tumores em fases iniciais, quando ainda há chance de cura.

“Nas últimas duas décadas, tivemos dois grandes avanços contra o câncer de pulmão: imunoterapia e terapia alvo”, afirmou. “Até recentemente, no entanto, estes avanços eram aplicáveis só a pacientes com doença avançada, uma situação na qual as chances de cura são muito pequenas ou inexistentes. Esses novos estudos trazem avanços para a doença em estágio mais inicial, quando os tumores são operáveis e as chances de cura são reais.”

 

Fonte: Época Negócios

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