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Mortes por melanoma no Brasil podem aumentar 80% até 2040, aponta pesquisa

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Dentre eles, o melanoma representa apenas 3% dos casos, mas é potencialmente mais agressivo. ‘Os números requerem atenção’, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que ao levantar dados epidemiológicos da Cancer Tomorrow, identificou que as mortes anuais por melanoma no Brasil vão saltar de 2,2 mil para 4 mil em 2040, um aumento de 80% no comparativo entre os dois anos.

O Cancer Tomorrow é uma ferramenta da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, braço da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), que prevê a incidência futura do câncer e a carga de mortalidade em todo o mundo a partir das estimativas atuais de 2020 até 2040. A previsão é que o número de casos anuais de melanoma no Brasil, também no comparativo entre os dois anos, crescerá de 8,6 mil para 14,8 mil, um aumento de 72%.

No mundo e no mesmo período, a previsão é de que o número de casos anuais salte de 325 mil para 510 mil (aumento de 57%) e aos óbitos subam de 57 mil para 96 mil, respectivamente (aumento de 70%). ‘Se você pegar a média mundial, o melanoma é muito raro na população árabe e oriental. Isso é boa parte da população global, então dilui muito’, explica João Pedreira Duprat Neto, coordenador da Comissão de Neoplasias da Pele da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e diretor no Centro de Referência em Oncologia Cutânea do A.C.Camargo Cancer Center.

‘O que explicaria os números projetados pela OMS e o vai acontecer em si é que a população brasileira vem aumentando, então aumentarão as notificação de casos. E há um aumento constante e pequeno baseado na mudança de hábitos, que ocorre desde os anos 1970, das pessoas ficarem mais bronzeadas’, afirma o médico oncologista

Por isso, vale o aviso: o melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.

O diagnóstico precoce é decisivo para o sucesso do tratamento e para maiores taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo, o risco da doença voltar é pequeno).

Segundo o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 73,9% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 35,1%.

Critério ABCDE

Alguns sinais podem ser importantes para identificar tumores na pele. Se encontrados, é recomendado consultar um médico, que poderá avaliar por meio do critério ABCDE, um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:

(A) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra; (B) Bordas irregulares: contorno mal definido; (C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul); (D) Diâmetro: maior que 6 milímetros; (E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor.

No entanto, mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.

 

Fonte: Veja Online

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