Skip to content

Jornada pediátrica na Oncologia é discutida no 6º Fórum Norte e Nordeste

No 6º Fórum TJCC Norte e Nordeste, especialistas abordam a importância do acesso ao diagnóstico precoce e tratamento especializado

O câncer infantil é uma realidade desafiadora e complexa, que afeta não apenas as crianças e adolescentes diagnosticados, mas também suas famílias e comunidades. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde o acesso aos serviços de saúde pode ser limitado, a situação se torna ainda mais crítica.

A Política de Atenção à Oncologia Pediátrica, implementada em várias partes do Brasil, visa garantir que crianças e adolescentes com câncer recebam um diagnóstico precoce e tratamento adequado. No entanto, nestas duas regiões, as barreiras são maiores devido a fatores como a distância dos centros de tratamento especializados, falta de profissionais capacitados e questões socioeconômicas.

Segundo Dr. Venancio Gumes Lopes, oncologista pediátrico no Hospital de Urgências de Sergipe e no Hospital de Cirurgia/Onco-Hematos Cirurgia, a capacitação profissional talvez seja a melhoria mais fácil de se colocar em prática.

“Todos os estudantes de Medicina têm acesso às ligas de Oncologia, de Pediatria. Os novos alunos têm muito mais acesso às informações, do que tivemos no passado. Mas não é só isso. Sergipe é o Estado com o maior número per capita de pediatras. O desafio é ter estes profissionais disponíveis para o atendimento, especialmente o especializado na Oncologia. Sempre gosto de dizer que não existe meio oncologista. Existe todo oncologista. Um pai, uma mãe que chega com seu filho, quer ser atendido da melhor forma. E por isso precisamos ter equipe. Nossa assistência não é ruim, mas é possível melhorar”, afirmou o médico.

Os Cuidados Paliativos no tratamento do câncer infantil foi destaque na fala da Dra. Pérola Barros, médica oncologista pediátrica do Hospital de Urgências de Sergipe.

“Os Cuidados Paliativos têm por princípio básico a qualidade de vida, desde o momento do diagnóstico até um possível luto da família. Na Onco Pediatria, temos vários desafios em nosso estado. Existem distorções de conceitos e da atuação paliativa. Há também a questão do nível socioeconômico das famílias assistidas, a dicotomia entre o cuidado curativo e o cuidado paliativo, além da falta de capacitação profissional nessa área e a fragilidade na articulação com a rede de serviços. Sim, temos conseguido alguns avanços, é verdade. Por exemplo, hoje conversamos com os municípios e trazemos eles aos hospitais de alta complexidade, para que entendam de perto as necessidades dos pacientes e vejam a importância, por de que a finitude possa acontecer em casa, ao lado de quem se ama”, pontua a médica.

Agenilson Silva, presidente da ONG Carlos Daniel, finalizou a mesa trazendo a importância de olhar para a assistência oncológica do Amapá.

“Precisamos ter coragem para mudar o mundo e a vida das pessoas. Há 10 anos, meu filho Carlos Daniel estava internado em um hospital particular, com plano de saúde, no Amapá. Os médicos não sabiam o que ele tinha. Ainda se trabalha muito no achismo, devido à falta de capacitação, especialmente nos profissionais que atuam na ponta. Não temos diagnóstico no Amapá. É justo isso? As crianças de lá são menos brasileiras do que as das demais regiões? A região Norte é esquecida. Meu filho morreu de leucemia, aos 7 anos de idade, nos meus braços. Criei a ONG Carlos Daniel em homenagem e como uma missão, para ajudar a salvar as crianças com câncer do Amapá. A Oncologia não é só uma questão clínica. Precisamos olhar o contexto geral, o ambiente que a criança vive, se tem o que comer. Por isso prestamos esse apoio amplo”.

Fonte: Comunicação TJCC

Back To Top