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LLC: desafios e perspectivas para equidade
Médicos discutiram sobre os desafios no cenário da Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e as perspectivas para equidade no cenário dessa patologia
No painel “LLC: desafios e perspectivas para equidade”, especialistas discutiram o cenário atual, destacando as inequidades entre o sistema privado e o público, e comentaram quais estratégias podem ser utilizadas para mudar esse cenário.
Catherine Moura, CEO da Abrale e da Abrasta, além de ser Conselheira Estratégica do Movimento TJCC e Médica Sanitarista com Mestrado em Saúde Pública e Patient Advocate Leader, iniciou sua fala abordando sua participação em debates sobre o acesso e as diferenças entre os tratamentos nos sistemas de saúde.
“De acordo com a jornada do paciente, realizada pelo Observatório de Oncologia, grande parte dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) recebe o diagnóstico já apresentando sintomas, ou seja, com a doença avançada. Os pacientes do sistema suplementar levam menos tempo para procurar um especialista em comparação aos do SUS, e há diferenças significativas na periodicidade desse tratamento, com menos consultas no sistema público. Em geral, a maioria dos pacientes não entende completamente a estratégia de ‘watch and wait'”, relatou.
Ela também ressaltou que é conhecido que existem muitos esforços para sanar as inequidades e que não se pode aceitar um sistema público que promova esse tipo de diferença.
O Dr. Renato Tavares, médico hematologista e Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), abordou as peculiaridades da leucemia linfoide crônica.
“A LLC é uma doença que não é tão comum em geral, mas é a leucemia mais comum no ocidente. Ela afeta principalmente os idosos, pessoas que trabalharam a vida toda esperando aproveitar o fruto de seus esforços”, ele disse.
O Dr. Tavares salientou que a Organização Mundial da Saúde determina uma lista de medicamentos obrigatórios que os países devem incorporar em seus sistemas públicos de saúde, e afirmou que isso não ocorre no Brasil, mesmo que essas drogas tragam melhorias significativas na qualidade de vida e na sobrevida. Ele observou que muitas dessas terapias são acessíveis a quem tem planos de saúde.
“O acesso a tudo é muito difícil em nosso país, então o esforço deve ser cada vez maior.”
A Deputada Flávia Morais, que está em seu quarto mandato como deputada federal e tem como missão de vida defender pautas relacionadas à saúde, mulheres, idosos, meio ambiente, ciência e tecnologia, trabalho e educação, abordou os esforços feitos pelo Congresso para melhorar o acesso ao diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento dos pacientes oncológicos.
“Hoje, muitas vezes, quando os recursos chegam ao ministério, eles são divididos entre diversas demandas, e o recurso que poderia ser destinado especificamente à oncologia acaba sendo alocado em outras áreas. Portanto, seria muito importante criar um fundo para captação de recursos públicos e privados, a fim de garantir o acesso dos pacientes oncológicos ao diagnóstico e tratamento.”
O Dr. Ricardo Bigni, Chefe do Serviço de Hematologia e Responsável pela Rotina Clínica de Linfomas não-Hodgkin e LLC no Instituto Nacional do Câncer (INCA), Coordenador de Transplante de Medula Óssea na Americas Centro de Oncologia Integrado, reforçou que “a inequidade é gritante entre o setor privado e o setor público, e também existem muitas diferenças entre as instituições públicas.
Rodney Pereira Pinto, Diretor Geral da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, abordou a importância do engajamento dos pacientes de LLC para que as mudanças possam ocorrer.
“O que falta para nós é o mesmo engajamento que vemos em um paredão no Big Brother, então a idade não deveria ser um fator influente. Quando ocorre algum acidente, como em Brumadinho, ou durante o Outubro Rosa, várias pessoas se manifestam e se engajam nas redes sociais. Precisamos desse tipo de envolvimento nas consultas públicas.”
Fonte: Comunicação Movimento TJCC